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Mostrando postagens de agosto, 2021

Quarentena, ano 2: vivendo com força a distopia

  Por Daniela Martins Quando me mudei para Brasília, em janeiro de 2010, havia um clima de alegria no ar, era inegável. O Brasil vivia tempos de mudança social intensa e de muita esperança no futuro.  Na rampa do Congresso Nacional, que visitei com meus filhos ainda bem pequenos naquela ocasião, alguém havia deixado um recado escrito com batom vermelho: “Valeu, Lula!”.  Fiquei encantada com aquela irreverência, com aqueles palácios da Praça dos Três Poderes, tão importantes, todos sem muros ou grades, com os garotos descendo as laterais do gramado em folhas de papelão.  Um ano depois, o país elegia a primeira mulher para a Presidência da República. Nós comemoramos, rodamos a cidade acompanhando o buzinaço alegre dos carros. Eu realmente acreditava que meus filhos veriam um país muito diferente do Brasil da ditadura em que eu cresci.  Essa certeza começou a mudar com aquele processo vergonhoso de impeachment da Dilma.  A foto que ilustra este post eu tirei num protesto em maio de 2017.