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Mostrando postagens de julho, 2022

Anything else I can help you with, ma´am? – parte 3

  ETEL FROTA Em Auckland, passo por debaixo do wharenui , o enorme portal da casa comunitária de encontros māori, de onde ressoa um delicado canto feminino de boas-vindas. A viagem foi dura, mas estou na Nova Zelândia, onde tudo sempre dá certo. Cara a cara com a senhora da imigração, já cheguei me justificando. Sorry, tinha tido problemas no preenchimento da NZeTA, primeiro, e depois na NETD. Fui depositando no balcão o celular aberto no formulário parcialmente preenchido, o certificado de vacinação impresso, o PCR negativo, passaporte. Muito ansiosa, esbarro nas palavras em meu inglês enferrujado pelo confinamento. [Aliás, tenho percebido que enferrujadas estão minhas habilidades de comunicação, mas isto não é assunto para agora.] Com um sorriso protocolar, ela sequer olhou para meu calhamaço.   Tranquilamente, me estendeu uma folha de papel, um xerox mal ajambrado, onde eu deveria marcar um xis declarando estar vacinada e outro confirmando ter tido um PCR negativo até 48 horas

¿Algo más en lo que pueda ayudarla, señora? – parte 2

  ETEL FROTA   Sem almoço, com uma certa ardência no estômago, consegui embarcar. No voo para Santiago, lembrei da NZTD, a declaração do viajante sem a qual eu não entraria na Nova Zelândia.   Bianca e eu, no final das contas, tínhamos esquecido dela. Haveria tempo para resolver isto na escala. Desembarcada, procurei o monitor que me diria o portão de embarque para Auckland; seria informado dentro de 19 minutos. Eu tinha muita sede e fome, mas – pela bagatela de dezenove minutos – não valia a pena sair dali sem saber para que lado me dirigir. Sentada no chão, esperei pela informação por outra uma-hora-e-vinte-minutos. Talvez a cabala explique uma coisa dessas.               Corri para o portão de embarque.               Quem podia me ajudar com a NZTD? Lucia me mostrou como abrir o formulário; o embarque estava começando. Quando vi o teor das perguntas, entendi que não daria tempo. Eu teria que relacionar, uma a uma, as datas de vacinação, as marcas das vacinas, detalhes do

Algo mais em que possa ajudá-la, senhora? – parte 1

  ETEL FROTA O check in, em Guarulhos, começará às 13h30m. São 11h10m no centro de São Paulo. Malas prontas e fechadas, garrafinha de água à mão, passaporte checado e acessível, só me falta guardar o laptop, aberto há mais de uma hora na caixa de entrada do email, por onde – me garantiu o cara do laboratório – receberei o resultado do meu PCR, “no mais tardar, às 11”.   ‘Por email, certeza?” “Certeza, senhora, pode ficar tranquila”. Pelo whats app e telefone jogo o jogo dos robôs e, finalmente consigo falar com uma pessoa humana. Duas. Três. “Em que posso ajudá-la, senhora?” Uma hora e vinte minutos depois de enfrentamentos de proporções sísmicas, o laboratório “abre uma exceção” e me manda por email o resultado, negativo, que teria que ser acessado exclusivamente através do aplicativo em que não consegui recadastrar senha, por motivo de bugs variados, todos do site.           Chego a tempo ao check in. Bianca, simpática, começa os procedimentos, que são muitos. A Nova Zelândia exige