- por TONY GOES
O populismo não sobrevive se não tiver muitos inimigos, quase sempre imaginários. É preciso galvanizar a massa ignorante contra o comunismo, os estrangeiros, os gays, a mídia. Nos EUA, Donald Trump foi aconselhado por um âncora da Fox News a se referir ao coronavírus como "o vírus chinês" - uma maneira de jogar para um país distante toda a culpa por uma crise que ele não tem competência para enfrentar. Por aqui, Zero-Três não tardou a copiar a tática, e ainda chuchou a China num dia em que seu pai pagou de trapalhão em rede nacional, lutando contra uma máscara (e perdendo feio). Distraiu a atenção de parte do público? Sim! Energizou os seguidores que ainda lhe restam? Sim! Criou um problema desnecessário com nosso maior parceiro comercial! Sim, sim, sim! Analistas alegam que a embaixada da China não tinha nada que responder, para não validar a provocação do Vara Curta. Acontece que uma ditadura não tem como ignorar os ataques, sob o risco de parecer frouxa diante de seus vassalos. Como sempre, a família Biroliro mostrou que não está nem aí para os interesses do Brasil ou o bem-estar da população. Só pensam em seu projeto de poder. Mas eu me pergunto: essa estratégia de governar só para os 10% (ou menos) que os apoiam cegamente, enquanto irritam os outros 90%, vai durar até quando?
Comentários
Postar um comentário