Por EDUARDO MUYLAERT
Dai-me alguma profundidade
Mas não o oco do poço
Dai-me alguma serenidade
Mas não a calma do tolo
Dai-me alguma densidade
Mas não o peso do ouro
Dai-me alguma caridade
Água, pão, talvez um ovo
Dai-me alguma piedade
Para sentir pena do outro
Dai-me também uma maldade
Para ficar bem com o tinhoso
Dai-me alguma humildade
Para não perder o pescoço
Dai-me alguma santidade
Mas não tirai o meu gozo
Dai-me alguma gravidade
Mas não o lugar do morto
Dai-me alguma eternidade
Mas não apresse o meu voo
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