Por DANIELA MARTINS
07/5 - QUARENTENA DIA 53. Hoje é a festa de Vesak, a celebração que eu mais gostava de acompanhar lá no Templo Budista de Brasília, do qual fui vizinha durante um tempo. Acho que não poderão fazer a procissão das velas este ano, porque seria muito arriscado juntar tanta gente.
Mas eu aprendi com eles que a primeira Lua cheia de maio é chamada de Lua de Buda e marca a data de nascimento, de iluminação e de morte de Sidarta Gautama, o primeiro Buda.
A festa tem o propósito muito bonito de nos lembrar que, se o nascimento e a morte nos são comuns, também está ao alcance de cada um de nós a iluminação.
Aprender a lidar com o medo, com o apego e com a raiva. Ser maleável às inconstâncias da vida. Quem consegue isso já se ilumina. Não é coisa reservada aos santos, não depende de nenhum deus, não é por obrigação ou por obediência. É uma busca pessoal.
Os reflexos de cada luz que se acende brilham sobre a humanidade como um todo. É um pensamento bonito esse, que adorei conhecer de perto.
O templo também ficava lindo, cheio de lanternas e velas, reunindo budistas de diversos países que têm representações diplomáticas na nossa capital.
Eu comecei o texto pronta pra xingar o prefeito de Belém, que incluiu as empregadas domésticas no grupo de serviços essenciais, mesmo com o sistema de saúde da cidade já colapsado.
Também ia vociferar contra os empresários que atravessaram hoje a Praça dos Três Poderes e foram ao STF chorar a “morte dos CNPJs” ao lado de um presidente da República e de um ministro da Economia que ainda não derramaram uma lágrima pelas mais de nove mil vidas brasileiras perdidas para a pandemia.
É difícil imaginar um Brasil melhor quando a gente vê essas coisas. Mas hoje eu fui invadida por essas lembranças boas e vou aproveitar a Lua cheia de Vesak para tentar domar a minha raiva.
Vou pensar que estamos tendo, pelo menos, a oportunidade de trazer esse tipo de assunto para a arena do debate público, e que isso já é um caminho aberto para transformações.
07/5 - QUARENTENA DIA 53. Hoje é a festa de Vesak, a celebração que eu mais gostava de acompanhar lá no Templo Budista de Brasília, do qual fui vizinha durante um tempo. Acho que não poderão fazer a procissão das velas este ano, porque seria muito arriscado juntar tanta gente.
Mas eu aprendi com eles que a primeira Lua cheia de maio é chamada de Lua de Buda e marca a data de nascimento, de iluminação e de morte de Sidarta Gautama, o primeiro Buda.
A festa tem o propósito muito bonito de nos lembrar que, se o nascimento e a morte nos são comuns, também está ao alcance de cada um de nós a iluminação.
Aprender a lidar com o medo, com o apego e com a raiva. Ser maleável às inconstâncias da vida. Quem consegue isso já se ilumina. Não é coisa reservada aos santos, não depende de nenhum deus, não é por obrigação ou por obediência. É uma busca pessoal.
Os reflexos de cada luz que se acende brilham sobre a humanidade como um todo. É um pensamento bonito esse, que adorei conhecer de perto.
O templo também ficava lindo, cheio de lanternas e velas, reunindo budistas de diversos países que têm representações diplomáticas na nossa capital.
Eu comecei o texto pronta pra xingar o prefeito de Belém, que incluiu as empregadas domésticas no grupo de serviços essenciais, mesmo com o sistema de saúde da cidade já colapsado.
Também ia vociferar contra os empresários que atravessaram hoje a Praça dos Três Poderes e foram ao STF chorar a “morte dos CNPJs” ao lado de um presidente da República e de um ministro da Economia que ainda não derramaram uma lágrima pelas mais de nove mil vidas brasileiras perdidas para a pandemia.
É difícil imaginar um Brasil melhor quando a gente vê essas coisas. Mas hoje eu fui invadida por essas lembranças boas e vou aproveitar a Lua cheia de Vesak para tentar domar a minha raiva.
Vou pensar que estamos tendo, pelo menos, a oportunidade de trazer esse tipo de assunto para a arena do debate público, e que isso já é um caminho aberto para transformações.
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