Por DANIELA MARTINS
12/4 - QUARENTENA, DIA 28. Um aprendizado da quarentena é que sempre haverá alguém dirigindo a 70 km/h na pista de alta velocidade, não importa que seja domingo, que seja o fim do mundo e que a estrada esteja vazia. Ultrapassei pela direita, num ato de transgressão em plena via deserta.
Hoje morreram 99 pessoas no Brasil. Muita gente está relaxando os cuidados e achando que a epidemia não vai explodir por aqui. Vai, é claro, ainda mais se relaxarmos. Mas me incomoda demais avaliarmos 99 mortes em um único dia como coisa pouca, banal.
A semana no Rio foi uma delícia. Minha cabeça ainda está presa no universo da série “Tiger King” e na informação de que existem mais tigres vivendo em cativeiro nos Estados Unidos do que na natureza. “São demais as loucuras desta vida, pra quem vê Netflix principalmente”, como já dizia Vinícius.
Pesquisamos sobre a peste negra e tentamos imaginar a dimensão de uma doença que todo o conhecimento da época era incapaz de explicar, que devastou a metade da população da Europa e causou mudanças profundas nas estruturas sociais.
Na verdade, nós, humanos pós-modernos, nos esquecemos por algum tempo de que as epidemias sempre nos acompanharam nessa nossa história de povoar o mundo, criar nações, riquezas e, ok, tigres.
Vale uma conferida num documentário da BBC disponível na internet: “Medieval Apocalypse - The Black Death”. O que pode trazer mais conforto em tempos de ansiedade do que uma narração em off da BBC? Aquela voz parece nos dizer que a praga é uma coisa distante, que estamos seguros enquanto escutamos aquela história.
Depois da praga veio o Renascimento, a percepção da beleza do mundo, do valor de estar vivo.
Hoje é domingo de praga, mas também é domingo de Páscoa, data que guarda culturalmente o significado de renascer, de transcender.
Faz frio em São Paulo, do jeito que eu adoro. Coisa boa é juntar filhos e gatos, chegar em casa.
12/4 - QUARENTENA, DIA 28. Um aprendizado da quarentena é que sempre haverá alguém dirigindo a 70 km/h na pista de alta velocidade, não importa que seja domingo, que seja o fim do mundo e que a estrada esteja vazia. Ultrapassei pela direita, num ato de transgressão em plena via deserta.
Hoje morreram 99 pessoas no Brasil. Muita gente está relaxando os cuidados e achando que a epidemia não vai explodir por aqui. Vai, é claro, ainda mais se relaxarmos. Mas me incomoda demais avaliarmos 99 mortes em um único dia como coisa pouca, banal.
A semana no Rio foi uma delícia. Minha cabeça ainda está presa no universo da série “Tiger King” e na informação de que existem mais tigres vivendo em cativeiro nos Estados Unidos do que na natureza. “São demais as loucuras desta vida, pra quem vê Netflix principalmente”, como já dizia Vinícius.
Pesquisamos sobre a peste negra e tentamos imaginar a dimensão de uma doença que todo o conhecimento da época era incapaz de explicar, que devastou a metade da população da Europa e causou mudanças profundas nas estruturas sociais.
Na verdade, nós, humanos pós-modernos, nos esquecemos por algum tempo de que as epidemias sempre nos acompanharam nessa nossa história de povoar o mundo, criar nações, riquezas e, ok, tigres.
Vale uma conferida num documentário da BBC disponível na internet: “Medieval Apocalypse - The Black Death”. O que pode trazer mais conforto em tempos de ansiedade do que uma narração em off da BBC? Aquela voz parece nos dizer que a praga é uma coisa distante, que estamos seguros enquanto escutamos aquela história.
Depois da praga veio o Renascimento, a percepção da beleza do mundo, do valor de estar vivo.
Hoje é domingo de praga, mas também é domingo de Páscoa, data que guarda culturalmente o significado de renascer, de transcender.
Faz frio em São Paulo, do jeito que eu adoro. Coisa boa é juntar filhos e gatos, chegar em casa.
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