Por DANIELA MARTINS
27/4 - QUARENTENA, DIA 43. Uma filha fazendo os deveres da escola vigiada por um gato, a imagem da tranquilidade e da segurança no meu universo particular.
Mas eu sei que, enquanto eu estou trancadinha com os meus filhos, o mundo lá fora já contabiliza mais de três milhões de infectados e cerca de 210 mil mortos. No Brasil, 338 pessoas perderam a vida hoje. É assustador.
O pior da quarentena não é estarmos confinados fisicamente, mas estarmos presos num tempo sem futuro, porque qualquer plano que fizermos é incerto enquanto não existir um remédio ou uma vacina contra o vírus.
Conviver com a incerteza nunca foi o ponto forte da humanidade. Temos uma enorme necessidade de obter respostas para nossas dúvidas, e as perguntas não respondidas se transformam prontamente em angústias.
Religiões, terapias das mais diversas, ciganas e cartomantes ajudam a clarear nossos caminhos e aplacar os questionamentos, mas, durante a pandemia, o futuro nublou de vez. Não dá pra saber quando e como será o amanhã, não dá pra marcar nada na agenda.
Vamos vivendo um dia de cada vez, feito os alcoólicos anônimos e os budistas. Se ontem eu surtei, hoje eu tento voltar pros trilhos e me aprumar. Só por hoje.
O que fazer com as nossas urgências quando não estamos no controle? Será que já estivemos algum dia? Todos nós fazemos planos, mas quem nunca pegou uma ventania de frente e viu tudo ir pelos ares?
O jeito é seguir pela estrada de tijolinhos amarelos e aprender de uma vez a aproveitar a viagem. Mas quem disse que é fácil? Venha logo, paz interior, que eu não tenho o dia inteiro!
27/4 - QUARENTENA, DIA 43. Uma filha fazendo os deveres da escola vigiada por um gato, a imagem da tranquilidade e da segurança no meu universo particular.
Mas eu sei que, enquanto eu estou trancadinha com os meus filhos, o mundo lá fora já contabiliza mais de três milhões de infectados e cerca de 210 mil mortos. No Brasil, 338 pessoas perderam a vida hoje. É assustador.
O pior da quarentena não é estarmos confinados fisicamente, mas estarmos presos num tempo sem futuro, porque qualquer plano que fizermos é incerto enquanto não existir um remédio ou uma vacina contra o vírus.
Conviver com a incerteza nunca foi o ponto forte da humanidade. Temos uma enorme necessidade de obter respostas para nossas dúvidas, e as perguntas não respondidas se transformam prontamente em angústias.
Religiões, terapias das mais diversas, ciganas e cartomantes ajudam a clarear nossos caminhos e aplacar os questionamentos, mas, durante a pandemia, o futuro nublou de vez. Não dá pra saber quando e como será o amanhã, não dá pra marcar nada na agenda.
Vamos vivendo um dia de cada vez, feito os alcoólicos anônimos e os budistas. Se ontem eu surtei, hoje eu tento voltar pros trilhos e me aprumar. Só por hoje.
O que fazer com as nossas urgências quando não estamos no controle? Será que já estivemos algum dia? Todos nós fazemos planos, mas quem nunca pegou uma ventania de frente e viu tudo ir pelos ares?
O jeito é seguir pela estrada de tijolinhos amarelos e aprender de uma vez a aproveitar a viagem. Mas quem disse que é fácil? Venha logo, paz interior, que eu não tenho o dia inteiro!
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