Por DANIELA MARTINS
30/4 - QUARENTENA, DIA 46. Enquanto a adesão à quarentena cai em todo o país, o número de infectados por aqui ultrapassou hoje o da China.
Um estudo da Inglaterra indica que o Brasil tem a maior taxa de contágio de Covid-19 do mundo - cada infectado contamina outras três pessoas - e projeta que as mortes irão dobrar até o fim de semana.
No maior jornal do país, a manchete principal foi ocupada o dia todo pela política, não pela pandemia. É a obra de Bolsonaro exposta ao mundo: um desgovernante arrogante, pouco interessado em unir o país, incapaz de manter o foco no assunto que interessa, incapaz de ser solidário, incapaz de sugerir ações eficazes.
Ele age como se tivesse raiva dos mortos, um garoto autocentrado que não aceita que atrapalhem seus planos. E que planos seriam esses? Alguém saberia dizer qual é o projeto de Bolsonaro para o Brasil?
“Eu é que mando”, “Não sou coveiro”, “Não vai colocar essa conta no meu colo”, “Sou Messias, mas não faço milagres”. Seria possível sentir mais vergonha do que ao escutar essas frases de um presidente da República?
Sim, seria. O governo tenta formar base na Câmara para barrar eventual processo de impeachment ou abertura de inquéritos, e faz isso distribuindo cargos aos deputados do Centrão. Valem até cargos no Ministério da Saúde. Tem gente morrendo? A crise está se agravando? E daí?
Bolsonaro também se recusou a mostrar os resultados de seus exames para a justiça e apresentou apenas um relatório médico que nega o contágio. O documento não foi aceito. Será que teremos mais um escândalo?
Hoje eu estou bem cansada. Dormi até tarde, mas não adiantou. A sorte é que me lembrei que tinha uma canjiquinha de milho com costelinha defumada no freezer. Sempre faço o dobro e congelo a metade, inspirada pelo dito de minha avó: a mulher prevenida vale por duas. O ensinamento serve pra homens também, claro.
Foi uma dupla alegria não ter que cozinhar e ainda almoçar o meu prato preferido. Filha de mineiro herda o gosto pela canjiquinha por DNA.
À tarde, enquanto o aspirador robô limpava a casa, eu e a Coisinha descansamos e sonhamos com um futuro sem pandemia e um Brasil sem Bolsonaro.
30/4 - QUARENTENA, DIA 46. Enquanto a adesão à quarentena cai em todo o país, o número de infectados por aqui ultrapassou hoje o da China.
Um estudo da Inglaterra indica que o Brasil tem a maior taxa de contágio de Covid-19 do mundo - cada infectado contamina outras três pessoas - e projeta que as mortes irão dobrar até o fim de semana.
No maior jornal do país, a manchete principal foi ocupada o dia todo pela política, não pela pandemia. É a obra de Bolsonaro exposta ao mundo: um desgovernante arrogante, pouco interessado em unir o país, incapaz de manter o foco no assunto que interessa, incapaz de ser solidário, incapaz de sugerir ações eficazes.
Ele age como se tivesse raiva dos mortos, um garoto autocentrado que não aceita que atrapalhem seus planos. E que planos seriam esses? Alguém saberia dizer qual é o projeto de Bolsonaro para o Brasil?
“Eu é que mando”, “Não sou coveiro”, “Não vai colocar essa conta no meu colo”, “Sou Messias, mas não faço milagres”. Seria possível sentir mais vergonha do que ao escutar essas frases de um presidente da República?
Sim, seria. O governo tenta formar base na Câmara para barrar eventual processo de impeachment ou abertura de inquéritos, e faz isso distribuindo cargos aos deputados do Centrão. Valem até cargos no Ministério da Saúde. Tem gente morrendo? A crise está se agravando? E daí?
Bolsonaro também se recusou a mostrar os resultados de seus exames para a justiça e apresentou apenas um relatório médico que nega o contágio. O documento não foi aceito. Será que teremos mais um escândalo?
Hoje eu estou bem cansada. Dormi até tarde, mas não adiantou. A sorte é que me lembrei que tinha uma canjiquinha de milho com costelinha defumada no freezer. Sempre faço o dobro e congelo a metade, inspirada pelo dito de minha avó: a mulher prevenida vale por duas. O ensinamento serve pra homens também, claro.
Foi uma dupla alegria não ter que cozinhar e ainda almoçar o meu prato preferido. Filha de mineiro herda o gosto pela canjiquinha por DNA.
À tarde, enquanto o aspirador robô limpava a casa, eu e a Coisinha descansamos e sonhamos com um futuro sem pandemia e um Brasil sem Bolsonaro.
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