Por DANIELA MARTINS
14/4 - QUARENTENA, DIA 30. Minha mãe faz 72 anos hoje, quarentenada no Rio. Ela queria tomar um chope, mas isso vai ficar pro aniversário de 73.
Enquanto o número de mortes chega a 204 em um único dia, o presidente e o ministro da Saúde seguem sua queda de braço.
O ministro, antes um deputado um tanto obscuro, tem agora o seu nome conhecido pelo país inteiro, está com aprovação alta nas pesquisas e está puto com um presidente que não o respalda. Faz o cálculo de que é melhor sair agora, preservando esse pacote de aprovação, antes das mortes triplicarem. Mas precisa ser demitido, para não parecer covarde.
O presidente também quer que ele saia. Mas, ao demitir um ministro bem avaliado, os mortos podem ir parar na sua conta. Os dois fazem contas políticas com os mortos que virão. Deprimente.
O presidente disse no domingo que “o vírus já está indo embora”, mas um estudo recente estima que os casos de contágio no Brasil sejam da ordem de 300 mil, ainda que a subnotificação e a falta de testes nos deixem com o número oficial de 25 mil.
Não tomei o chope com a minha mãe, mas ganhei uma garrafa de Baileys da minha xará e focassaura Dani P, que tem o simpático costume de fazer compras pras vizinhas idosas e, como acabo de descobrir, também de abastecer o barzinho das amigas.
Fui buscar o mimo caminhando com minha máscara de tecido comprada na banquinha do seu João, lá na calçada do Leblon. Não recomendo usar filtro solar sob a máscara nas caminhadas, pois o calor derrete tudo. Filtro com tonalizante, então, é um desastre completo. Óculos escuros também não são compatíveis com o novo acessório facial, porque fica tudo embaçado e parece que você está no chuveiro quente.
Cometi todos esses erros juntos, mas peguei meu presente e visitei minha amiga. Visita em tempos de Covid-19, aquele papo rápido na calçada e a sensação de estar fazendo uma coisa errada ao encontrar alguém ao vivo, fora da tela do celular, mesmo com uma grade nos separando. A situação foi tão bizarra que mereceu uma foto.
Eu queria mesmo era ter dado um abraço nela... Te devo um jantar para fazermos o brinde, Dani P!
14/4 - QUARENTENA, DIA 30. Minha mãe faz 72 anos hoje, quarentenada no Rio. Ela queria tomar um chope, mas isso vai ficar pro aniversário de 73.
Enquanto o número de mortes chega a 204 em um único dia, o presidente e o ministro da Saúde seguem sua queda de braço.
O ministro, antes um deputado um tanto obscuro, tem agora o seu nome conhecido pelo país inteiro, está com aprovação alta nas pesquisas e está puto com um presidente que não o respalda. Faz o cálculo de que é melhor sair agora, preservando esse pacote de aprovação, antes das mortes triplicarem. Mas precisa ser demitido, para não parecer covarde.
O presidente também quer que ele saia. Mas, ao demitir um ministro bem avaliado, os mortos podem ir parar na sua conta. Os dois fazem contas políticas com os mortos que virão. Deprimente.
O presidente disse no domingo que “o vírus já está indo embora”, mas um estudo recente estima que os casos de contágio no Brasil sejam da ordem de 300 mil, ainda que a subnotificação e a falta de testes nos deixem com o número oficial de 25 mil.
Não tomei o chope com a minha mãe, mas ganhei uma garrafa de Baileys da minha xará e focassaura Dani P, que tem o simpático costume de fazer compras pras vizinhas idosas e, como acabo de descobrir, também de abastecer o barzinho das amigas.
Fui buscar o mimo caminhando com minha máscara de tecido comprada na banquinha do seu João, lá na calçada do Leblon. Não recomendo usar filtro solar sob a máscara nas caminhadas, pois o calor derrete tudo. Filtro com tonalizante, então, é um desastre completo. Óculos escuros também não são compatíveis com o novo acessório facial, porque fica tudo embaçado e parece que você está no chuveiro quente.
Cometi todos esses erros juntos, mas peguei meu presente e visitei minha amiga. Visita em tempos de Covid-19, aquele papo rápido na calçada e a sensação de estar fazendo uma coisa errada ao encontrar alguém ao vivo, fora da tela do celular, mesmo com uma grade nos separando. A situação foi tão bizarra que mereceu uma foto.
Eu queria mesmo era ter dado um abraço nela... Te devo um jantar para fazermos o brinde, Dani P!
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