Por DANIELA MARTINS
24/4 - QUARENTENA, DIA 40. Depois de 40 dias, não sei se devo zerar o contador e recomeçar o que seria a segunda quarentena.
O ministro Sérgio Moro pediu demissão pela manhã e desceu a vara no presidente. Disse que Bolsonaro queria interferir politicamente na PF e que pediu relatórios das investigações em curso. Acusações graves.
Ansioso, o país aguardou até o fim da tarde pela resposta do presidente, que fez um pronunciamento surrealista, cercado por todo o seu ministério. Falou coisas desconexas sobre aquecimento de piscinas e Inmetro, proferiu palavrão e se colocou como vítima de uma PF que, no seu entendimento, não investigaria as calúnias levantadas contra ele e que teria dado mais importância à investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco do que à tentativa de assassinato que ele mesmo sofreu durante a campanha.
Ainda acusou o ex-ministro de ter condicionado a troca do diretor da PF à sua indicação para o STF.
Está aberta a guerra de versões. E também deve ser aberto um processo no Supremo, a pedido do Ministério Público, para que a troca de acusações seja apurada.
Os panelaços contra Bolsonaro foram intensos durante sua fala. Parece que parte da sua base de apoiadores está chocada e confusa. Como é que o presidente, que se elegeu bradando contra a corrupção e a velha política, pode estar negociando com o Centrão, querendo interferir nas investigações da PF e abrindo mão do juiz símbolo da Operação Lava Jato?
O lé da galera tá claramente tendo dificuldade de encontrar o cré hoje. Desejo sorte na construção da narrativa insólita que precisarão inventar para justificar seu voto numa criatura tão deprimente como Bolsonaro.
Qualquer um que tenha aceitado ou venha a aceitar fazer parte deste governo demente e irresponsável vai precisar, um dia, acertar as contas com própria biografia. Inacreditável que os ministros tenham ficado de pé atrás do presidente o tempo todo, respaldando aquele pronunciamento absurdo.
Enquanto isso, mais 357 brasileiros morreram nas últimas 24 horas.
Mas as duas boas notícias do dia são que chegou o meu aspirador robô e que parece que o ministro da Economia, Paulo Guedes, estava sem os sapatos durante o pronunciamento do presidente e participou de tudo só de meias. Um rebelde. Certamente, o próximo na linha de demissões.
24/4 - QUARENTENA, DIA 40. Depois de 40 dias, não sei se devo zerar o contador e recomeçar o que seria a segunda quarentena.
O ministro Sérgio Moro pediu demissão pela manhã e desceu a vara no presidente. Disse que Bolsonaro queria interferir politicamente na PF e que pediu relatórios das investigações em curso. Acusações graves.
Ansioso, o país aguardou até o fim da tarde pela resposta do presidente, que fez um pronunciamento surrealista, cercado por todo o seu ministério. Falou coisas desconexas sobre aquecimento de piscinas e Inmetro, proferiu palavrão e se colocou como vítima de uma PF que, no seu entendimento, não investigaria as calúnias levantadas contra ele e que teria dado mais importância à investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco do que à tentativa de assassinato que ele mesmo sofreu durante a campanha.
Ainda acusou o ex-ministro de ter condicionado a troca do diretor da PF à sua indicação para o STF.
Está aberta a guerra de versões. E também deve ser aberto um processo no Supremo, a pedido do Ministério Público, para que a troca de acusações seja apurada.
Os panelaços contra Bolsonaro foram intensos durante sua fala. Parece que parte da sua base de apoiadores está chocada e confusa. Como é que o presidente, que se elegeu bradando contra a corrupção e a velha política, pode estar negociando com o Centrão, querendo interferir nas investigações da PF e abrindo mão do juiz símbolo da Operação Lava Jato?
O lé da galera tá claramente tendo dificuldade de encontrar o cré hoje. Desejo sorte na construção da narrativa insólita que precisarão inventar para justificar seu voto numa criatura tão deprimente como Bolsonaro.
Qualquer um que tenha aceitado ou venha a aceitar fazer parte deste governo demente e irresponsável vai precisar, um dia, acertar as contas com própria biografia. Inacreditável que os ministros tenham ficado de pé atrás do presidente o tempo todo, respaldando aquele pronunciamento absurdo.
Enquanto isso, mais 357 brasileiros morreram nas últimas 24 horas.
Mas as duas boas notícias do dia são que chegou o meu aspirador robô e que parece que o ministro da Economia, Paulo Guedes, estava sem os sapatos durante o pronunciamento do presidente e participou de tudo só de meias. Um rebelde. Certamente, o próximo na linha de demissões.
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